domingo, 19 de dezembro de 2010

Prólogo

Durante eras as Seis Terras foram protegidas por seus guardiões. Suas terras, seus segredos, sua magia...
Nunca a raça humana havia pisado sobre qualquer uma das Terras. Talvez por estarem perdidas nos oceanos, longe de qualquer civilização. Talvez pelas ilusões dos espíritos que evitavam qualquer navegação de chegar perto...
Mas uma embarcação pequena chamou a atenção de certa Guardiã e de seus espíritos... Um som diferente , como o choro de um animal pequeno. Muito diferente de qualquer criatura que ela protegia em sua Terra.
Perks, o espírito que se encontrava perto da costa permitiu que o pequeno barco atracasse em seu território, a comando da Guardiã.
O pequeno barco continha uma família. Jair, o pai, foi banido de seu país com a sua família por assassinato.  Célia, a mãe, já havia sido presa três vezes por furtos nas casas que trabalhava como criada. Edgar, o filho mais velho participou do assassinato junto com o pai. Regina, a filha caçula de dezessete anos com uma criança de 5 meses no colo, era a culpada pelo assassinato.
Ajudando a mãe na em uma das grandes casas de sua cidade Regina enamorara um dos senhores da casa. A gravidez da filha provocou a ira de Jair que junto com o filho Edgar assassinou o jovem.
A família do rapaz conseguiu que exilassem os assassinos assim que foi provada a culpa pelo assassinato. Nessa altura a criança já tinha nascido e como Célia não permitiu que Jair matasse o inocente bebê esse proibiu que dessem nome à criança.
Colocados em um pequeno barco com poucas provisões a família de assassinos foi solta no oceano muito distante de qualquer ilha ou continente.
Mas racionando as poucas provisões mantiveram-se vivos por 3 meses. E chegaram perto das Seis Terras. A criança que já não comia, pois a mãe, por falta de alimento, não produzia mais leite, chorava. Seu choro enchia o ar. Ninguém mais reclamava, como Jair costumava fazer.  Não, deixaram o choro fluir, como a musica fúnebre perfeita para o fim de suas vidas.
E fizeram bem em não calar a criança cujo choro não fora feito para embalar os últimos dias de sua família, mas sim para aquecer o coração da Guardiã da Sexta Terra.
Perks aguardou na praia pelo barco. E sentiu a fúria da Guardiã quando esta notou que o animal que produzira o choro não estava só.
Eufóricos com a chegada em terra firme. Jair, Edgar e Célia pularam do barco e se puseram a beijar a areia da praia. Apenas Regina permaneceu no barco. Apertando a criança, que já não chorava, em seus braços e fitando uma grande tartaruga que se encontrava na praia, também a fitando. Ou estaria fitando sua filha?
Por algum motivo não encontrou sua voz para berrar. Mas encontrou algo em sua mente, um estranho desejo de entregar sua filha para a tartaruga e convencer seus pais de ir embora. Parte de si sabia que isso era ridículo e desejou ardentemente matar a tartaruga.
Sem poder se controlar desceu do barco foi andando até o animal. Ódio e desespero tomaram conta de seu corpo e lágrimas quentes brotaram de seus olhos quando largou a criança em uma cavidade no casco do animal.
Lentamente se afastou da tartaruga, enquanto esta mais lentamente ainda se afastava da praia, com a criança em seu casco.
Regina olhou para trás e avistou seus pais e seu irmão levando o barco de volta para água e chamando por ela. Soube imediatamente que a mesma coisa estranha que se apossava dela, estava neles também. E logo o desejo de ir embora foi grande, maior do que o comando que era dado. Era medo. Medo daquela terra. Medo tão grande que fez ela correr para o barco sem olhar para traz. Esquecendo de vez sua filha.
O Guardião da Quinta Terra sentiu a dor de Regina quando o barco passava perto de sua costa e igualmente como a Guardiã da Sexta Terra, permitiu a entrada deles no território de um de seus espíritos. Contudo não os mandou embora. Manteve-os consigo como uma de suas criaturas, mas não demoraria a notar o quando o ser humano pode ser diferente dos animais que protegia...
A criança foi levada por Perks para sua Guardiã, que recebeu a criança maravilhada ao notar que esta não congelava perto de si. Criou-a por anos com mais amor do que já havia cuidado de sua Terra e quando se sentiu cansada concebeu sua tarefa de Guardiã para a Grande Mãe; como passou a ser chamada a menina séculos depois...

Um comentário:

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